A gente sempre pode se surpreender ainda mais com o que vê por aí. Clique aqui para ver o vídeo de um bebê de um ano e meio dançando axé como gente grande.

muito comum que as pessoas expliquem os comportamentos buscando causas internas ou outras explicações frágeis. Algumas delas poderiam ser:
- O bebê dança axé porque brasileiro já nasce com ginga no corpo, samba no pé etc.
- O bebê dança axé porque vai ser dançarino
- O bebê dança axé porque tem sangue baiano
- O bebê dança axé porque é igualzinho ao pai
... e assim por diante.
Nenhuma dessas explicações descreve as verdadeiras relações de contingência de uma história de vida (embora curta) que levaria a tal comportamento no presente. E mais, é esse tipo de explicação que leva a erros e generalizações super equivocadas: todo brasileiro tem samba no pé, vai ser dançarino, todo baiano dança axé, todo comportamento existe porque o pai também era assim etc.
Aqui vai uma lista de hipóteses que fiz sobre o que fez e faz o bebê dançar axé tão bem:
- O bebê tem acesso a pessoas dançando axé (aprendizagem vicariante, modelação)
- Quando ele imita alguém dançando axé, suas tentativas de imitação produzem admiração dos adultos
- Quando ele dança axé, sua mãe começa a filmá-lo (note isso no começo do vídeo)
- Quando os adultos têm conhecimento que ele dança axé, começam a fazer solicitações: "dança pra mim, vai, dança pra eu ver?"
- Se o bebê é capaz de atender às solicitações, obedecerá e dançará, produzindo ainda mais admiração dos adultos. Os adultos também têm seu pedido reforçado pela resposta do bebê.
- Quanto mais ele observa os outros dançarem, exercita a dança e produz admiração, mais hábil se torna no dançar, aprimorando a resposta e sendo cada vez mais admirado, num processo de modelagem.
O mais preocupante dessa história é a sexualização precoce, por meio da dança e das péssimas letras das músicas que a acompanham. Essa dança é incentivada em crianças por muitos grupos ou famílias, quando seria desejável restringir o acesso e colocar limites, e ao mesmo tempo incentivar a criança a danças mais apropriadas para sua idade, com letras inteligentes e ritmos variados.
E, para terminar, para mostrar que poderia existir uma brincadeira de carnaval saudável para as crianças, clique aqui para curtirem um clip da foto a seguir. Trata-se de "Baile Partimcundum", uma marchinha de carnaval do segundo álbum de Adriana Partimpim.
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